O corpo é o campo no qual crescemos e colhemos nossas experiências, que podem ser positivas e negativas, mas, considerando-as como lições de vida. As escrituras tântricas insistem no que pode ser a mais importante descoberta da antiga espiritualidade, ou seja, que nos somos o mundo (o corpo)” .     

Evidentemente, não é possível comparar a filosofia tântrica (quando o assunto é sexo), com o simples ato de uma pessoa não iniciada. Seria a mesma coisa que presenteá-la com o livro do kama-sútra. Isso porque, o tantra começa muito antes da primeira experiência sexual e não termina após o último orgasmo! E, como falar de sexo (apenas o ato), livremente, já é um tabu, imagine tentar explicar sobre o orgasmo divino! Talvez por isso, tanta gente vem buscando conhecer mais sobre a filosofia tântrica, mesmo que isso venha em confronto às regras já concebidas. Afinal, a repressão sexual ou patriarcal, nada é mais, que aprisionar a essência do tantra que existe em cada ser humano, conseqüentemente, impedi-lo de aflorar, o seu deus interior, juntamente com o ato sexual. E, desenvolver o tantra, é se abrir para a sua natureza divina, transcender condicionamentos inferiores, confidenciar seus sentimentos íntimos, mais sublimes e, exorcizar o sexo mecânico e pecaminoso (imposto pelas religiões) e receber as benções dos deuses através da via tântrica. Mas não se preocupe se você não se sentir um deus (a) durante o ato, pois, o ato vai lhe levar aos deuses! A receptividade ou entrega é que importa.

E, livrar-se de certas amarras culturais não é fácil, principalmente porque a sociedade, de certa forma, impõe regras baseadas no judaísmo e cristianismo. Hoje mais do que nunca é necessário reavaliar esses pensamentos e condutas ultrapassadas. Afinal, o homem e a mulher possuem os mesmos direitos e a felicidade de ambos está em jogo, e depende exclusivamente, de desemaranhar-se internamente.

O tantra, não pretende deixar o indivíduo um expert no assunto, mas levá-lo harmoniosa e carinhosamente através de caminhos de pureza (sensibilidade) e captação de energias, a tal ponto que, o beneficiará em sua qualidade de vida (incluindo a sexual). O praticante leigo deve ter discernimento, para não ser influenciado por um tipo de marketing (apelativo), em cima deste tema. Qualquer pessoa sadia e equilibrada, emocionalmente, tem condições de desenvolver-se na via tântrica. A diferença, é que na sádhana tântrica, existem normas, compatíveis com a filosofia, acelerando o desbloqueio interno (purificações psíquicas) e externo (ações).

A sexualidade então, baseada no tantrismo, deve-se iniciar com maturidade para que o desenrolar do método seja natural. A purificação orgânica e das emoções, oferecida pelo yoga, são fundamentais para a sua iniciação. O ato sexual, tântrico, é um complemento da sua espiritualidade sagrada (durante a via tântrica), quando realizado ao lado daquela pessoa especial.

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